Pago vinte centavos para saber o que você acha sobre tudo que está acontecendo em São Paulo (isso é brincadeira, não me cobrem! rs), mas vou começar dando meu parecer gratuitamente.
Para contextualizar
um pouco sobre a autora do texto a seguir: Sou uma pessoa muito calma, cristã e
pacífica. Adoro longas conversas e debates acalorados, mas odeio gritos ou
palavrões. Gosto de argumentos, e acho o cúmulo generalização e intolerância. Amo
conversar com pessoas inteligentes e dialogar com elas. Tendo dito isso, vou
expor agora os motivos pelos quais eu apoio os protestos pacíficos que tem
acontecido em São Paulo, minha cidade, não por causa de R$ 0,20, mas por um
país de olhos abertos.
Quinta (13) eu ia sair do
serviço direto para Av. Paulista encontrar minha amiga Vitória, do a
AViViu, mas acabamos indo pra casa dela pois o protesto tinha ficado muito
violento e correriamos certos riscos sozinhas. A questão é que não concordei em
desviar o meu caminho da Paulista por medo da violência dos manifestantes, foi
por medo de quem deveria proteger os paulistanos. Ontem, em vários veículos de
comunicação, finalmente está mais do que exposta a intolerância e falta de
preparo da maioria dos policiais presentes nos eventos que favorecem a
democracia.
Eu sei que existem
bons policiais, e até conheço alguns. Sei que existem manifestantes pacíficos,
pastores honestos, padres devotos, jornalistas comprometidos com a verdade,
advogados comprometidos com a justiça e até políticos comprometidos a
sociedade. A minha tristeza é saber que são exceções e não maioria.
Infelizmente também sei que esses justos não estão no poder em peso na nossa
cidade e no nosso país. Enquanto passava ao vivo a manifestação na Rede
Globo, a mãe da minha amiga comentou que infelizmente o povo não aprendeu que é
na hora de votar o momento ideal para lutar por algo. Isso é uma verdade que
dificilmente alguns brasileiros aceitam. Eu realmente espero que você se lembre
em quem votou nas últimas eleições e que façam como eu.
Por falar em
depredação de patrimônio, algumas pessoas deveriam entender que o maior
patrimônio do Brasil é o brasileiro, e focar mais na baixa qualidade de vida
que temos, e menos em cabines ou prédios danificados. Repito: Sou TOTALMENTE
CONTRA as duzentas pessoas que prejudicam o objetivo de outras 10 mil. Quando a minoria parte para violência contra o que quer que seja, os ignorantes generalizam. Mas que a notícia seja justo
e o foco seja o mais relevante.
Já vi gente falando
absurdos, se referindo aos protestos como se fossem uma mera lutinha por causa
de R$ 0,20, mas será que é tão difícil se informar melhor? Estamos falando do
retorno desses R$ 3,20 que a população simplesmente não vê. Da minha casa até o
trabalho de carro eu gastaria no máximo 50 minutos, mas usando o transporte
público eu tenho que partir 2 horas antes do início do meu expediente
para chegar no horário e ainda atraso as vezes. Além disso, as condições nas quais sou
transportada não são equivalentes ao valor da passagem que pago. O protesto não
é por dinheiro, é por respeito. Ontem eu estava ouvindo o Ricardo Eugênio
Boechat na Band News FM, quando ele informou que um dos ouvintes tinha ligado
para contar sua experiência na noite anterior. Era um taxista que estava
próximo a Rua da Consolação, engarrafado, quando viu os policiais soltando
bombas com gás lacrimogêneo entre os carros, onde não havia manifestantes. Ele
também contou que mulheres e crianças também estavam nos carros engarrafados e entraram em
pânico, como era de se esperar. Mesmo assim, o tenente-coronel Marcelo
Pignatari, disse em entrevista ao jornal Agora que seria "impossível que a
PM tenha atuado sem que tenha sido agredida ou presenciado a prática de
crimes". O taxisista que trouxe o depoimento relatou que não havia crime.
Crime é o policial quebrar a janela da própria viatura como foi filmado. Isso
não é exatamente a depredação de patrimônio público que foram conter?
Vale fazer uma
comparação quanto a ação policial na Virada Cultural onde estive presente,
fazendo a cobertura do evento. Vimos uma pessoa tentando estourar o
vidro de um veículo, bem perto de uma viatura com dois PMs encostados. Quando o
assaltante percebeu a presença dos policiais, saiu correndo. Um policial olhou
para cara do outro, e sem sair do lugar comentaram "É doido!".
Policial que vê alguém tentando realmente fazer algo errado e nem se move uma
hora, mas na outra ataca violentamente a troco de nada? No mínimo, é necessário que exista uma explicação por parte dos responsáveis sobre o real problema dessa parcela de policiais tomando atitudes controversas. É o salário? É a direção? É o descontentamento? É a falta de treinamento? Quero mesmo saber, e por isso permaneço apoiando todos os sites, blogs, faces, veículos, canais do youtube, rádios e estudantes que protestam contra o abuso presente na ação policial, no aumento da passagem e na corrupção desse país.
Fiz uma coletânea das melhores e mais explicativas matérias que localizei!
Guerra da tarifa:monopólio da violência, revolta e coesão social - Essa matéria é bem legal para
entender a legitimidade da coisa toda!
Veja o vídeo do policial quebrando o vidro da própria viatura.
E se você não tem condições de participar das manifestações, demonstre sua insatisfação junto aos responsáveis que você elegeu!
"De um povo heroico o brado retumbante."
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